domingo, 26 de dezembro de 2010

A GESTALT-TERAPIA: UMA RELAÇÃO DE CONTATO


"Creio que a melhor dádiva que concebo de alguém é:
SER VISTA, SER OUVIDA, SER COMPREENDIDA, SER RECONHECIDA.
A maior dádiva que posso oferecer é:
VER, OUVIR, COMPREENDER e RECONHECER outro ser humano.
Quando isso acontece, sinto que ouve contato entre nós".

Virgínia Satir

Contato é um dos conceitos chaves em Gestalt-terapia.
“[...]só no contato profundo e verdadeiro é possível que o ser humano se reencontre e, nesse reencontro, encontre a alegria de ser pessoa” (Ribeiro, 1984, p.29)
O contato ocorre numa tríplice direção: comigo, com o outro e com o mundo, porém a essência do contato, é o contato consigo mesmo.
Tudo no universo está em contato.

DA LAGARTA A BORBOLETA

A imagem da borboleta sempre me trouxe um grande fascínio. Linda, leve e solta, causa encantamento por onde passa. Segundo as crendices populares, onde pousa, leva sorte e sorrisos.
Da lagarta a borboleta é o processo da transformação, é onde as mudanças acontecem. A lagarta, um bichinho rastejante, lento e pesado, transforma-se em borboleta, livre, leve e de uma beleza de chamar atenção.
Para se tornar borboleta, a lagarta para por um período de reclusão, de enclausuramento e para isso, ela busca um lugar seguro, para que possa se proteger e construir seu casulo, deixando para trás a casca velha que não lhe serve mais. Dentro, ela permanece sem saber o que acontece, sem ansiedade e sem pressa ela vai trocando os seus tecidos para, só então, virar borboleta. O processo de transformação envolve reclusão, quietude, espera e esforço. É o processo do vir-a-ser, dolorido, pois nascer ou renascer é mesmo difícil, mas aí começam a voar, é o prazer depois de terminado.

“É preciso voar e, se não houver espaço, voar para dentro de si mesmo que é o vôo maior” (CAMPELLO apud NAGIB ASSI, 2006, p. 57).

domingo, 19 de dezembro de 2010

VIVÊNCIA ARTETERAPEUTICA REALIZADA NO DIA 14/12

O convite foi para uma experiência no aqui e agora, deixando, entre parênteses, todas as ocupações e preocupações. Uma reflexão sobre a impermanência do tempo que como diz Cazuza, não para... tempo que une o conhecido ao desconhecido e nos ajuda na conscientização dos ciclos.

O ciclo é regido pelo universo, tem início, meio e fim. Portanto, abrimos e fechamos ciclos, isto é...FORMAMOS GESTALTES.
Quando não fechamos, nossa gestalt fica inacabada e tendemos a angustiar. Mas quando fechamos, recuperamos a energia que estava estagnada e encontramos o equilíbrio. Aí está a importância de concluirmos o ciclo, passando por todas as etapas.


Encerrar ciclos e iniciar novas fases faz parte do desenvolvimento de qualquer ser humano.


É desenhar novos caminhos, pintar e colorir novas telas, dar novos significados. É construir aos poucos,é semear e cuidar das sementes.
Fim de ano, fim de ciclo, período para avaliação, para traçarmos objetivos. É preciso tomar consciência para melhorar. Caminhar conforme o que pensamos e agimos. É viver coerentemente!!!!


A atividade proposta foi a construção de uma mandala feito a partir das sementes...o renascer, o germinar...o início de tudo!
A palavra Mandala tem origem no Sânscrito e significa “círculo de cura” ou “mundo inteiro”. É uma representação do universo e de tudo que há nele. A Mandala surge a através da história do homem, como símbolo universal e essencial de harmonia, integração e transformação.Trazidos à luz da psicologia por Gustav Jung, quando se dedicou a analisar várias civilizações primitivas. O símbolo do circulo nos remete a camadas do inconsciente que não conhecemos e o uso freqüente do desenho é terapêutico, propicia energeticamente a integração do ego, trazendo sentimentos do inconsciente à consciência para serem integrados.

O ponto central na mandala nos ajuda a expandir a consciência. É a partir dele que a imagem é construída.O circulo é o símbolo da perfeição, lugar onde todos nós desejamos chegar perto.

 Ao desenhar, geramos um símbolo pessoal (nunca veremos mandalas iguais) que revela algo de nós; ao criar, produzimos uma inegável descarga de tensão, projetamos para fora nós partes conflitantes.






Cada um no seu tempo:
uns mais simples, outros mais complexos;
uns mais rápidos, outros mais lentos.






“Queria um lápis de cor para desenhar”

“Não senti a necessidade de usar todos os elementos disponíveis”

 
Quase todos sentiram a necessidade de fechar...

 

As sementes foram comparadas a elementos humanos juntos

"Acho que as coisas não se separam, estão conectadas,
preferi juntar todas as semente"

"Ficaria mais tempo fazendo"

"O meu foi bem simplesinho, como eu!"

 Para uns a escolha das sementes foi consciente, para outros não.

 

Palavras de fechamento:
sabedoria, saída, empatia, oportunidade, descoberta, harmonia, encontro, conciliação, objetivo, tranqüilidade, mudança.






“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia,
tudo passa tudo sempre passará”.
(Lulu Santos) 



 Referências Bibliográficas


- ALLESSANDRINI, C. D. Oficina Criativa e Psicopegagogia. São Paulo: Casa do psicólogo, 1996.
- CATARINA, S. M. Mandala: o uso na arteterapia. Rio de janeiro: Wak, 2009.