segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO!!

Como SEMPRE!

Me pergunto porque só agora esse olhar de deslumbramento! Não, não foi só agora. Mas voltar, desta vez, me troxe um olhar diferente pra mim mesma.
Óh meu Rio de Janeiro, onde foi que me perdi de ti? Ou que fugi de ti? Foi preciso sair pra te ver de fora, pra me ver de fora... e hoje ao retornar a ti, retorno a mim mesma também.
Ao adentrar esta grande cidade de pedra, este imenso paraíso, ou este imenso caos, depende de onde olho para ti, percebo me fazendo parte de um dos CARTÕES POSTAIS mais lindos do mundo. Sou parte do seu todo, sou o todo de mim. Mas o que sou? O que sou sem ti? Pois sendo parte, preciso de ti para me compor, para me tornar inteira.
Foi isso que vim buscar? 
Óh meu RIO! Cheiro de mar, de mato, de gente bicho solto. Cheiro de samba, suor e cerveja. Quer mais? Sol, praia e gente bonita, descolada. Gente com identidade. "Cariocas são bonitos, bacanas, sacanas..." 
Sol de verão igual não tem. Sol que me fazia pular da cama em dias de domingo. Deixando de ser macarrão sem molho pra ser a barata descascada. De branca à morena. Sol que não mais pode chegar da mesma forma, pois a pele branca não suporta e se protege. Mas que apesar de, não recusa um dia ensolarado nas areias seja lá de que praia for, principalmente...aqui.
Pouca roupa, havaiana no pé, marquinha de biquine, jeito de mulher, moleca. Ela é carioca, identidade que fala alto. Daqui pra li, esse é o jeito, essa é a forma, é assim que se sente livre, liberdade de ir e de vir. De ser quem quiser, de ser ninguém. De estar no ANONIMATO!


Barraca de praia, canga estendida no chão, chão de areia quente que contrasta com a água gelada do mar. Vai um mate aí? Só ser for MATE LEÃO! o coadjuvante das areias das praias do meu Rio. E o GLOBO? Não to falando só do jornal!Hummm


Fim de tarde é no ARPOADOR, pôr do sol com direito a aplausos. Espetáculo garantido. Parada obrigatória pra fotografia.


Praia cheia. O SOL tarda a se pôr. Mas ninguém deixa as areias antes dele. Ainda há muita coisa pra se fazer e pra se ver. E quando menos se espera, olha ela...a nuvem negra!!!

 
O Rio é assim mesmo, parece que vai chover, mas mesmo assim, ninguém arreda o pé. É chuva de verão, e a chuva aqui só molha... não derrete, então ninguém corre! 
CHEIRO DE CHUVA...
Cheiro de chuva quando cai no chão, chão quente que esfumaça. Saudades da infância, das idas à praia e do banho de chuva no caminho da volta. Ploft! Das gotas que caía sobre meu corpo quente, queimado de sol. Saudades desse tempo que deixou marcas, mas que ficou pra trás. Saudades de quem fui, de parte apenas, mas quem fui?



CHEIRO de mar, cheiro do verde, da água que corre do mato, mato que invade a alma, que incendeia, que clama, que vibra, que respira, profundamente. 
ISSO SE CHAMA VIDA!


Cheiro de JACA, jaca caída no chão. Cheiro de Serra de Madureira. Óh minha infância querida, quanta saudade e boas lembranças você me trás. Sentimento difuso ao te revisitar, nos lugares por onde passei e não mais me vi, ficou pra trás. Já deixei de ser, já me tornei, me transformei.




Mas o que fui buscar? A verdade, a história, as raízes, a mim mesma. Mas quem sou? Sou TUDO o que fui buscar e o que não fui buscar também. Sou tudo o que vi, que senti, que vivi. Sou NADA disso! Sou tudo e sou nada. Sou o que eu me permitir ser a cada momento. Sou o ontem, o hoje e o amanhã. Sou o aqui e agora expresso na emoção que se refaz ao desenhar essas linhas. Sou a menina, a mulher e o que mais eu quiser!

 
É a dança da vida! O tamborilar do tamborim, do cavaquinho, da cuica e do pandeiro... acho que vai dar samba! 




Hora de fazer a fotossíntese, de respirar ar puro e entrar em contato com o ser NATUREZA, que por sinal, se presentifica a cada esquina nesta cidade.


É a leveza de SER e a liberdade de VIVER.


Os CAMINHOS a escolher, e a percorrer...



"Você entra na floresta no ponto mais escuro. onde não há uma trilha. Se existir caminho ou trilha, será o caminho ou trilha de outra pessoa; cada ser humano é um fenômeno único. A idéia é encontrar o próprio caminho da bem-aventurança."
(J. Campbell)



Ainda há muito há fazer... e a SER!





Na verdade, acho que fui me rebuscar nas coisas que deixei, e que hoje vi, senti e ouvi. No samba que corre nas veias da nega loura, que ecoa na alma, que vibra no coração, que arrepia a pele; pele quente e bronzeada do sol de Ipanema.
Na espontaneidade dessa gente..."cariocas são dourados, modernos, espertos, diretos, não gostam de dias nublados..."


Mas tudo se tranforma... A casa Rosa, em Laranjeiras, hoje lugar de muita música e diversão, abrigou meninas de vida fácil, como diziam! 

A velha e boa Lapa, com seus antigos casarões, hoje recebe uma diversidade de pessoas em suas ruas e botecos, cada um mais encantador que outro! E por falar em botecos, é o que não falta nesta cidade, um para cada dia dos anos a seguir.
Este é o RIO SCENARIUM! O Rio antigo, dentro do Rio antigo!





Lugares que testemunham encontros...


De velhas amizades!!!

 "Voltei pra rever os amigos que um dia..."





No Sambódromo!
Ensaio da Mocidade Independente!


"Uma luz no céu brilhou, liberdade!
Meu coração venceu o medo
O que era gelo se tornou felicidade
É fartura se espalhando pelo chão
A natureza tem mistérios e magias
Rituais, feitiçarias, deuses a me abençoar
Guiado pela luz da estrela guia
Eu vou por onde a semente me levar..."




"Minha procura por si só, já era o que eu queria achar..."

Mas esse é apenas um lado dessa cidade maravilhosa.
Todo inteiro, tem dois ou mais lados, o outro lado...





"Sua orientação interior existe, mas o indivíduo não a conhece. Ela só lhe é revelada ao longo do caminho, através do caminho que é o seu, cujo rumo o indivíduo também não conhece.


O caminho não se compõe de pensamentos, conceitos, teorias, nem de emoções - embora resultado de tudo isso. Engloba, antes, uma série de experimentações e de vivências onde tudo se mistura e se integra e onde a cada decisão e a cada passo, a cada configuração que se delineia na mente ou no fazer, o indivíduo, ao questionar-se, se afirma e se recolhe novamente das profundezas de seu ser. O caminho é um caminho de crescimento.
Seu caminho, cada um o terá que descobrir por si. Descobrirá, caminhando. Contudo, jamais seu caminhar será aleatório. Cada um parte de dados reais; apenas, o caminho há de lhe ensinar como os poderá colocar e com eles irá lidar.
Caminhando, saberá. Andando, o indivíduo configura o seu caminhar. Cria formas, dentro de si e em redor de si. E assim como na arte o artista se procura nas formas da imagem criada, cada indivíduo se procura nas formas do seu fazer, nas formas do seu viver.
Chegará a seu destino. Encontrando, saberá o que buscou."


(Fayga Ostrower)