“Fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de
caminhar livremente em direção aos sonhos”
Luciano Luppi
A vida em sociedade nos pede a cada momento uma
reconfiguração. É preciso desconstruir padrões, romper paradigmas e repensar as
práticas educacionais vigentes. É chegado o momento de refletir sobre esse
olhar contaminado, com crenças e valores distorcidos, o que nos leva a uma
desorientação quanto ao que é certo ou errado em nossas vidas. É necessário um
reinventar, recriar a si e também a Educação, para que possamos viver esse novo
tempo, como diz Ivan Lins, um tempo novo, com ideias novas, deixando para trás
a roupa velha que nos cabe mais.
Um novo tempo, apesar das dificuldades em rompermos com o
nosso velho e bom modo de fazer Educação. Sair do casulo não é tarefa fácil,
daí a permanência na falsa zona de conforto, nos padrões obsoletos.
Estamos desgastados. A violência que nos assola e que adentra
as Unidades de Ensino toma conta dos espaços que eram para ser de paz e
aprendizagem. A violência que permeia o mundo vem permeando, cada vez mais, também, as estruturas
que configuram a vida em comunidade. No contexto escolar, está adquirindo
proporções alarmantes, refletindo todos os tipos de conflitos, que por não
serem manejados adequadamente, geram mais violência. As relações estão
deterioradas, e a boa convivência fica apenas para as fábulas. O isolamento e o
distanciamento entre as pessoas acabam por causar males incomensuráveis.
Mas a violência é apenas uma das causas do estresse na
Educação. Diversas são as demandas enfrentadas pelo Educador, tornando-o um
portador da síndrome de burnout – “síndrome do estresse ocupacional”, e que tem
afetado cada vez mais ao profissional da Educação. Tal doença tem como
principal característica o estado de tensão emocional e estresse crônico
provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas
desgastantes.
Seus sintomas são o esgotamento físico e emocional, atitudes
negativas, ausência no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de
humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória,
ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.
Quando desmotivados enxergamos um mundo sem cores, de forma
que se torna difícil mudar o olhar e, consequentemente, fazer as mudanças que a
vida pede.
Mas como enfrentar nossos lobos internos? Diante das batalhas
e dos obstáculos, se faz necessária à busca por ajuda profissional. É preciso
cuidar do cuidador, e o profissional da educação é um cuidador, ele precisa
estar preparado, pleno e inteiro para cumprir o que o seu papel profissional
lhe exige.
É preciso cuidar-se para cuidar. Motivar-se para motivar,
apesar de ninguém motivar ninguém. A motivação é o impulso interno que leva à
ação, ela é pessoal, intransferível e está dentro de cada um.
A desmotivação pessoal
e profissional do educador vem fazendo com que o mesmo se perca ao longo de sua
jornada. Doenças como o estresse e a depressão estão atingindo cada vez mais esse
profissional levando-o a um afastar-se de seu campo de trabalho.
Motivar é ter motivos para simplesmente viver, direcionando o
pensamento, a atenção e a ação a um objetivo positivo. Motivar-se é conquistar
resultados, superar obstáculos, ser persistente e acreditar nos sonhos. Sonhos,
que para Ruben Alves, são a semente do saber. E como ser um intérprete de
sonhos se não se sabe sonhar?
A capacidade de se auto motivar é uma das mais desejadas
habilidades humanas, quem consegue, rompe barreiras, pois não depende de ninguém
para lhe dar um incentivo, não espera que as condições de vida sejam
favoráveis, não deposita sua confiança no outro para que possa tomar uma
atitude na vida. Qualquer outra forma de motivação seria artificial, efêmera e
condicional.
“A pessoa automotivada coloca em si mesma toda a
responsabilidade pela manutenção de energia que a impulsiona. A automotivação
nasce naturalmente, ela não é buscada nem encontrada, ela é o resultado
inevitável de uma vontade, de um desejo ardente e incontrolável. Quando um
homem possui ideias, tona-se guerreiro, mas quando as ideias possuem o homem,
ele se torna invencível (GONDIM, 2002, p. 133).
Se automotivar é ir além... é não precisar viver sendo
empurrado ou incentivado, é lutar por tudo o que acredita, é ter energia
inesgotável em seu coração.
Então se lembre, você é o único responsável pela sua vida.
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