“A triste verdade é que a vida humana consiste em um complexo de opostos inseparáveis – nascimento e morte, felicidade e miséria, bem e mal – e nem estamos certos de que um prevalecerá sobre o outro, de que a alegria derrotará a dor e de que o bem superará o mal. A vida foi, e sempre será, um campo de batalha e, se assim não fosse, a existência chegaria ao fim.”
Carl Jung
A violência é uma questão recorrente nos meios de comunicação. Ela está presente no nosso cotidiano e de igual forma, vem adentrando os espaços educacionais. Os índices de violência tem sido crescentes, e a escola como um microorganismo, também vivencia momentos de muita agressividade por parte dos atores que a compõem. Diluída em nossa sociedade, a violência assume proporções alarmantes, nos acostumamos a ela, e então, ora agredimos, ora somos agredidos. Somos vítimas e vilões desta doença que nos corrompe a alma e nos tira a paz.
Já não sabemos mais o que é certo e o que é errado, o que é justo e o que é bom. O processo educacional vem perdendo força e os valores destorcidos ganhando cada vez mais espaço.
O individualismo exacerbado, a deterioração das relações interpessoais, a perda dos valores de solidariedade na sociedade, os problemas familiares e a pouca convivência com a família são fatores que tem contribuído para o aumento da violência.
Desta forma, a Mediação de Conflito se torna um tema de extrema relevância no contexto educacional. A escola apresenta-se como local privilegiado de socialização e, portanto, propício ao desenvolvimento de sentimentos, afetos e emoções que podem em determinado momento gerar conflitos em que o diálogo cotidiano não seja capaz de solucionar. Sabemos que os conflitos que a envolvem não são poucos e, sendo assim, a escola precisa melhor se aparelhar para poder dialogar com essa problemática.
“O CONFLITO EM SI É POTENCIALMENTE TRANFORMATIVO”, segundo Joseph Forger e Robert Bush (1999), diria ainda, que é um terreno fértil de oportunidades para se trabalhar as relações e transformá-las.
Ortega (2002) afirma que o conflito emerge em toda situação social em que se compartilham espaços, atividades, normas e sistemas de poder e a escola, obrigatoriamente, é um deles. Um conflito não é necessariamente um fenômeno da violência, embora, em muitas ocasiões, quando não abordado de forma adequada, pode chegar a deteriorar o clima de convivência pacífica e gerar uma violência multiforme na qual é difícil reconhecer a origem e a natureza do problema.

Para Maria do Céu Battaglia (2004): “Considerando a escola como instituição que objetiva a educação cultural e social do homem, a mediação escolar se coloca como um convite à aprendizagem e ao aperfeiçoamento da habilidade de cada um na negociação e na resolução de conflito, baseada no modelo ‘ganha-ganha’”.
É importante ressaltar que as pessoas não nascem tolerantes, solidárias e respeitosas: elas necessitam ser educadas para agirem assim, principalmente as crianças e adolescentes, que estão em fase de formação.
Para Marcelo Rezende Guimarães (2004): “Quando a palavra não é possível, a violência se afirma e a condição humana é negada”.
Como reversão e a alternativa à violência, se faz necessário resgatar a devolução do direito à palavra, oportunizar a expressão das necessidades e reivindicações do sujeito, criar espaços coletivos de discussão, busca do dissenso e da diferença e as mudança nas relações educacionais (mandar e obedecer/ democrática e dialógica).
Ainda citando Battaglia (2004): “Considerando-se que o conflito é inevitável, a aprendizagem da habilidade em resolvê-los torna-se tão educativa e essencial quanto à aprendizagem da matemática, história, geografia etc”.
A mediação escolar melhora a comunicação, o clima da escola, a formação integral do aluno e a preservação das relações.
“Desejamos indivíduos que possa não só analisar, mas fazer a coisa certa, indivíduos que sejam admiráveis não só como pensadores ou criadores, mas também como seres humanos”.
Gardner
Veja matéria: http://www.seed.se.gov.br/noticia.asp?cdnoticia=5089&Mes=0&Ano=2010
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