sábado, 24 de março de 2012

RESSIGNIFICANDO A CRIANÇA INTERIOR

A oficina aconteceu durante o
I Simpósio ISQV sobre Traumas Emocionais.



A proposta era oportunizar aos participantes um espaço de expressão da criança interior a partir do contato com a arte.

Como prática terapêutica a arteterapia tem a arte como o seu principal viés, um meio de expressão não verbal na facilitação dos processos de autotransformação. É um caminho para a autodescoberta e a expansão dos sentidos.
É na infância que a maioria dos nossos traumas são introjetados, e é possível que os sintomas permaneçam latentes por muitos anos, até que possamos tomar consciência para ressignificá-los.
Através da utilização de recursos artísticos é possível adentrar o universo interior, e de forma espontânea, sem que percebamos, trazer à consciência o que estava imerso, para que possa ser materializando e elaborando por meio do objeto criado.


 “O trabalho, por meio de recursos expressivos e artísticos, possibilita ao indivíduo concretizar sua imagem interna de modo significativo
(ALLESSANDRINI, 1996).


O grupo foi sensibilizado por meio de músicas infantis.
Nessa primeira etapa, o participante foi convidado a entrar em contato consigo por meio dos canais sensoriais, integrando sentimentos e sensações, para que pudesse assim, estabelecer uma conexão com a atividade posterior.

Ao som das músicas infantis o grupo brincou...
cantou, dançou e pode experimentar o contato com o universo da criança.
 
 

O brincar que faz parte do mundo adulto, volta a cena, resgatando a criança que habitava em cada um.

Após o trabalho corporal, o grupo foi convidado a expressar, por meio de lápis e gizes coloridos, a infância manifestada nos sentimentos e sensações despertos. Era a hora de dar contorno, linhas e cores ao conteúdo emergente na etapa anterior.




 
Cada um buscou o seu lugar na sala e se acomodou...
E ao seu modo e em seu próprio rítmo foram se rebuscando nas imagens da memória e trazendo para o papel um recorte daquilo que mais lhe marcou.
O desenho da infância,
da natureza...
o lugar onde gostava de estar,
com quem gostava de estar...
o que gostava de fazer...
o sonho de menino,
o medo,
o elogio,
o único desenho que sabia fazer,
a expressão do ser-si-mesmo...



Ao final da tarefa, todos foram convidados a expressarem seus sentimentos ao grupo, de forma que cada um pode se sentir a vontade para se expor ou não, de acordo com a sua demanda interna.


 
"Esse momento foi importante para mim, me sinto agradecida".

Lembranças de uma infância diferenciada, de um brincar que não exite mais...
 Lembranças da família, de lugares... lembranças daquilo que não volta mais.

Histórias de vida foram sendo trazidas sem que se dessem conta...

 "Fiz e não sabia o que era...só agora me dei conta..."

E por fim, o momento do fechamento, de se rever nas etapas anteriores e avaliar a dimensão se significado simbólico da totalidade da experiência vivida.

O grupo se despede em uma
"Roda de embalo"
 
"Viver é afinar o instrumento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro
A toda hora, todo momento
De dentro prá fora
De fora prá dentro..."
 
As etapas vividas durante as oficinas possibilitam que os envolvidos possam, cada um no seu tempo e rítmo, ir tomando consciência do seu processo. É interessante observar o movimento de crescimento dentro do grupo, pois ao dar-se conta do que consigo acontece e do seu entorno, poderá então, ressignificar e transformar.


Um comentário:

ARTETERAPEUTA disse...

LINDO! MAGNÍFICO! MARAVILHOSO O SEU TRABALHO! PARABÉNS!!!
Um abraço,

Jônia.